2.
Exemplificação: Nossas conversas estão frequentemente
recheadas de expressões como: por exemplo, a saber, ou seja, como, tal como. O exemplo
ou a ilustração - poderoso instrumento de comunicação - envolve o pensamento em
termos de classe e itens particulares pertencentes à mesma categoria. Parte-se
do geral para o particular. Exemplos; os insetos (geral), como as aranhas e
mosquitos (itens particulares); os roedores (geral), como os ratos, castores e
esquilos (itens particulares). Na ilustração, pois, citamos um ou mais itens
particulares para esclarecer ao leitor a natureza da classe na qual se acha
incluído o item. O parágrafo também é desenvolvido por intermédio de exemplos
ou ilustrações para prestar maiores esclarecimentos e prender a atenção dos leitores.
O período tópico desse tipo de parágrafo introduz a classe ou categoria que o
escritor deseja desenvolver, seguindo-se os exemplos. Exemplo: “Muitos poluidores químicos contribuem para
degradar os rios. Os resíduos industriais são os piores, porque contêm uma
serie de elementos químicos altamente prejudiciais à vida aquática, como o
benzeno, o aldeído e várias espécies de ácidos...”.
3.
Comparação e contraste: Se desejamos mostrar as
semelhanças ou diferenças entre dois assuntos/objetos, a comparação e o
contraste são o método lógico para desenvolver as ideias. O escritor usa os
parágrafos por contraste e comparação, indicando, no começo, os assuntos ou
temas que serão tratados, organizando os detalhes (ideias secundárias) e
relacionando-os de modo claro e fácil de ser acompanhado pelo leitor. Há,
comumente, dois caminhos para a estrutura das comparações e contrastes:
alternação e divisão:
a) Comparação alternativa: O escritor
trabalha o parágrafo, construindo o aspecto de um assunto e comparando-o com o
aspecto de outro assunto. O parágrafo é desenvolvido por comparações
alternativas de cada aspecto específico. As comparações, assim, são construídas
por partes.
b) Comparação dividida: O escritor,
após enunciar o período tópico, desenvolve primeiro um assunto (metade do
parágrafo, mais ou menos), para depois tratar do outro assunto (a outra metade
do parágrafo). Esse método funciona bem quando os assuntos não podem ser
comparados na base de item por item, ou quando o escritor prefere tratar mais
intensamente de um assunto antes de passar para o outro. Concluindo, os métodos
mencionados devem ajudar o escritor ou o leitor a não confundi-los.
O importante no parágrafo de comparação é que as semelhanças e as diferenças
entre os itens comparados precisam ser nítidas.
4.
Repetição de ideias: O escritor utiliza a
repetição de ideias no parágrafo para dar ênfase e clarificar a ideia central.
As repetições devem ser elaboradas por intermédio de frases originais, bem
construídas e com palavras novas; assim, garante-se a ênfase, evitando o tédio.
No exemplo seguinte, o autor assinala que a ciência não segue um planejamento
estabelecido, e repete várias ideias para reforçar seu ponto de vista.
5.
Definição: A definição é método bastante utilizado
para desenvolver o parágrafo. Ela é locução que explica o que uma coisa é ou o
que um nome significa. A definição, primeiro envolve o termo pertencente a uma
classe ou categoria geral para depois apresentar outro termo mais específico, que
distingue o termo geral dos outros elementos pertencentes á mesma classe
(características específicas). Quando se diz que o homem é um animal, a
definição abrange apenas parte da verdade, pois o primeiro termo está
relacionado com uma grande classe (animal); falta outro termo capaz de, entre
vários animais, diferenciar o homem do restante; o termo é
"racional". Assim, a definição: é "um animal racional"
limita o elemento “homem’’ dentro da grande categoria dos animais”.
1) A definição jamais pode conter o termo definido, para não
formar círculo vicioso (definição circular) que confunde o leitor e nada
explica. Exemplos: Democracia é um
processo democrático. . O astrônomo é uma pessoa que estuda astronomia.
2)A definição não é longa lista de sinônimos que o escritor
enumera no meio do texto. Exemplos: - Vantagem
é proveito, lucro, ganho, fortuna, esperteza, premio, rendas, etc.
3)A definição não contém palavras veementes ou emocionais,
pois estas extrapolam os limites da definição e acabam revelando o subjetivismo
e a parcialidade do escritor num assunto que deve ser objetivo e sóbrio.
Exemplos de definição emocional: A
eutanásia é instrumento criminoso utilizado pelas pessoas inescrupulosas e sem
esperança. A eutanásia é piedosa
intervenção de uma pessoa bondosa para acabar com os sofrimentos de outra
pessoa que se encontra em situação de desespero.
4) A definição usa o paralelismo: substantivo (s.) é seguido
por substantivo (s.); verbo (v.) por verbo (v.), no mesmo tempo e modo. Assim:
Certo > Aluno (s.) é um estudante (s.)...
Errado > Aluno (s.) é quando (conj.)...
Certo> Corja (s.) é um grupo (s.)...
Errado> Corja (s.) é reunir (v.)...
A definição pode ser: (i) formal, colocando o termo dentro
de uma classe ou família e depois recebendo características próprias; (ii)
etimológica, explicando o assunto pelo emprego do sentido etimológico da
palavra; (iii) estipulativa, selecionando apenas um sentido do assunto; (iv)
sinonímica, elucidando rapidamente o termo com um sinônimo; (v) parentética,
breve explicação do tempo dada entre parênteses, travessões ao após uma
vírgula; (vi) longa, um trabalho científico pode incluir vários tipos de
definição (formal, estipulativa, etimológica).
6.
Causa e efeito: No parágrafo desenvolvido por causa
e efeito, o escritor enfatiza as conexões entre um ou vários resultados
(efeitos) e os seus precedentes (causas). Alguns parágrafos de causa e efeito
funcionam como instrumento de persuasão, levando o leitor a sentir o vigor das
conclusões do texto, ou, pelo menos, fazendo-lhe ver os fundamentos dessas
conclusões. Outros parágrafos de causa e efeito são essencialmente
explanatórios. O parágrafo de causa e efeito pode começar com a introdução de
um efeito e passar a explicar as causas, ou abrir com a causa para depois
explorar os efeitos.
7.
Eliminação de alternativas: O escritor, para
reforçar a ideia central, pode desenvolver um parágrafo diferente, que elimine
as diversas alternativas.
8.
Analogia: A analogia é tipo de comparação entre
duas coisas diferentes, uma familiar ao leitor e outra não familiar, com o
objetivo de prestar maiores explicações. Partindo-se das características do
objeto, termo ou conceito já conhecidos do Ieitor, passa-se a explicar as
características mais abstratas e menos conhecidas. A analogia inteligente
explica com mais facilidade o conceito difícil. Os escritores profissionais frequentemente
usam a analogia para tornar as técnicas ou ideias abstratas acessíveis à média
dos leitores. E cuidam-se para desenvolver parágrafos que assegurem melhor
esclarecimento aos leitores, utilizando as analogias como ilustrações, não como
provas. Para explicar o funcionamento do coração, o escritor pode compará-lo a
uma bomba.
9.
Classificação e divisão: Como a comparação e a
exemplificação, a classificação é processo natural, extraído da experiência.
Usamos a classificação no dia-a-dia: quando lavamos a roupa (fina, grossa,
branca, colorida), planejamos uma viagem (objetos, mapas, roupas), ou
organizamos os documentos numa carteira. A classificação é instrumento
importante para a organização e a exposição do conhecimento; é também sistema
de arquivo, ou método, utilizado para se chegar a um novo conhecimento. Ela
ajuda o escritor a desenvolver o texto e auxilia os leitores a entender o
assunto, especialmente se este for complexo. A classificação preocupa-se com a
sistematização das classes, indo das menos inclusivas para as mais inclusivas.
Quando sistematizamos um item dentro de determinada classe, estamos
posicionando-o em relação a outros itens. O escritor que utiliza a
classificação para desenvolver o parágrafo enumera e descreve as principais
divisões do assunto, para clarificá-lo, ou como introdução do assunto para
futura discussão. Ele esclarece a classificação dos elementos de um grande
grupo - carros clássicos, estudantes de colégio, computadores domésticos,
cavalos de corrida - que pode ser dividido em subgrupos (por exemplo, "há
três tipos de cavalos de corrida"). A classificação ajuda a entender
melhor a categoria geral.
1) Divisão
criteriosa — a classificação tem sentido se as coisas forem agrupadas
segundo critérios claros e inteligíveis.
2)
Exaustão - a classificação perfeita é exaustiva, isto é, procura abranger
todos os membros do grupo ou categoria, dividindo-os criteriosamente.
10.
Processo mecânico: Desenvolver parágrafo pelo
processo mecânico é seguir várias ações associadas, em ordem cronológica, para
se chegar a um determinado fim. Dizer passo a passo de alguma coisa. Ex: "receita de bolo, como desmontar um carro passo a passo..."
11.
Descrição: Parágrafos descritivos incluem detalhes
que remetem aos cinco sentidos: visão, paladar, tato, olfato e audição. Num
parágrafo descritivo, o escritor deve reunir informações que abranjam todos os
sentidos para dar a melhor descrição possível ao leitor. Isso pode facilmente
ser atingido seguindo essas dicas simples: a) Comece com o que o leitor pode
ver. Como a visão é o sentido mais útil, qualquer bom parágrafo descritivo deve
primeiramente discutir o que o escritor quer que o leitor visualize. Utilizar
adjetivos fortes para ilustrar sua cena, momento, experiência ou objeto ao
leitor ajudará a projetar uma imagem visual na mente do leitor. B) Descreva
cheiros e gostos. Pense em como você pode descrever o tópico, a cena ou o momento
ao leitor em termos de cheiro e gosto. Os melhores parágrafos descritivos
utilizam uma enorme gama de adjetivos que fazem com que o leitor sinta-se como
se estivesse de fato vivenciando o que você está descrevendo, e não apenas
lendo sobre aquilo. C) Diga como o momento ou o objeto é sentido. Ao continuar
escrevendo o parágrafo, escreva uma ou duas frases sobre como a experiência é
sentida. D) Mencione os sons do momento.
Apresentam informações apropriadas sobre
algo (objeto, pessoa, itens diversos), respondendo algumas destas perguntas: “o
que é isso?”, “para que serve?”, “isto se parece com quê?”, “de que é feito?”,
“como funciona?”, “quando isto ocorreu?”, “quem fez e como?”. A descrição é
técnica (objetiva) ou sugestiva (subjetiva).
12.
Ordem espacial: parágrafo descritivo para construir
relações entre pontos cardeais (do leste para oeste, do norte para o sul),
posições (de cima para baixo, de baixo para cima, do centro para fora, de fora
para o centro, daqui para lá), tamanho (do pequeno para o grande, do grande
para o pequeno).
13.
Narração: A narração é o tipo de discurso
relacionado com eventos, verdadeiros ou fictícios, que ocorrem no tempo. Conta
a vida em movimento e responde à pergunta "O que aconteceu?" feita
pela imaginação inquieta do leitor. A narração histórica, por exemplo, é sequencia,
em ordem cronológica, de acontecimentos passados. O parágrafo narrativo deve
ser simples e geralmente segue, cronologicamente, o começo e o desenvolvimento
da história.
14.
Dissertação: O parágrafo dissertativo expressa uma
tese; pode ser expositivo ou argumentativo. O expositivo expõe e discute uma ideia
ou assunto com a finalidade de esclarecer o leitor, sem tentar convencê-lo. O
argumentativo tem a finalidade de convencer ou aliciar o leitor, por meio de
argumentos.
15.
Métodos combinados: pode-se combinar os vários
tipos de parágrafos, como o uso da dissertação argumentativa e da comparação e
contraste no mesmo parágrafo.
16.
Conclusão: resume rapidamente o assunto,
apresentando algo interessante retirado do próprio trabalho e que dê ideia geral
do que foi dito, convencendo e impressionando o leitor. Algumas sugestões: (i)
não pedir desculpas; (ii) não fazer apenas o resumo do que foi dito; (iii) não
introduzir assunto novo; (iv) terminar com uma citação que amplifique a ideia
do parágrafo introdutório; (v) terminar com uma alusão, citação de alguma
figura mitológica ou histórica; (vi) terminar com convite otimista.